Em homenagem aos 160º ano de aniversário Sigmund Freud , a Google Arts junto ao Freud Museum de Londres, e sob sua curadoria, promovem esse belo trabalho: um museu virtual sobre a vida de Sigmund Freud, sua história sobre a teoria Psicanálise, além de outros detalhes da sua vida e obra. Vale a pena o passeio e leitura! Clique na imagem e divirta-se com um mínimo aqui contido do legado desse grande homem estudioso da Psicanálise!
Tear da Psicologia:
A Saga do Herói: A adolescência e
a construção do seu ser no mundo
(por Simone Prado Ribeiro)
Para
entendermos um pouco melhor sobre a adolescência, pensemos, antes de tudo, em uma
epopeia[1] cujo
herói deixará o seu povo e sua cidade e que, para chegar ao seu destino,
precisasse fazer uma viagem por longos mares revoltos, cheios de monstros
marinhos gigantes que se levantariam em determinados pontos desse mar e que
exigiriam habilidades, valentia e muita coragem desse herói no seu
enfrentamento, nessa jornada rumo ao desconhecido.
Nesse sentido,
e fazendo uma analogia as aventuras do herói[2], a passagem da infância para
a adolescência será marcada por grandes transformações, a começar por sua forma
corporal cujos hormônios modificarão esse corpo infantil, transformando em
outro: não terá mais o aspecto infantil, mas um corpo que será desejado
sexualmente no meio social ao qual circula. O seu ego, até então infantil, será
transformando por uma nova maneira de ver o mundo. Na busca de autonomia e
liberdade, largará (simbolicamente) o convívio de pai e mãe e partirá rumo à
independência física, financeira e que, para tanto, novas batalhas serão
travadas: agora são as exigências da sociedade e a busca de responsabilidades que
também lhe proporcionarão dores.
Se
pensarmos em mitologia, jornada, monstros e heróis, a fase da adolescência
também possui toda essa jornada em que o lugar de conforto será confrontado com
novas aventuras: a transcendência do morrer para si (no caso, o ser infantil)
para vir o novo. Portanto, a adolescência é como uma saga, uma viagem, uma
aventura em que, nessa ida, ele nunca voltará igual. O mito é ancestral e
também atual porque tem a ver com a existência, valores eternos que significam
a vida.
Logo,
esse rito de passagem com todos os seus componentes e a análise desse arranjo é
de grande importância para a Psicologia na compreensão do ser humano em como
ele constrói a sua realidade, como percebe o mundo e qual é o seu papel nele.
[1] Epopeia – poema épico,
extenso, o qual são narrados as
aventuras, as guerras, as viagens e as vitórias de um herói.
[2]'O poder do mito' é fruto de uma série de conversas mantidas
entre Joseph Campbell e o
jornalista Bill Moyers , compondo o capítulo “A jornada do Herói”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAMPBELL, J. O poder do Mito, in: A saga do Herói. Ed. Phala Athena, 1988. p. 137-148
Teoria das Representações Sociais- Serge Moscovicci
( por Simone Prado)
A teoria das Representações Sociais, do psicólogo Serge Moscovici (2005), introduzidas na Psicologia Social, permite uma pesquisa, um estudo particular na intenção de entender a comunicação e os saberes do senso comum e como se realiza o conhecimento e a sua disseminação em um grupo ou comunidade.
Ao
analisarmos o ser humano, este, por sua vez, se insere a um grupo; e no
estabelecimento das relações desses dois componentes se encontra um terceiro: a
linguagem que, por sua vez, esta seria como uma liga fazendo a conexão de tais
elos. É a partir da linguagem que se formaria uma estrutura – contendo os três
elementos anteriormente citados - de onde partiriam as trocas de conhecimentos,
pensamentos sobre algo e aquilo que mais interessa na teoria das representações
sociais: como se dá a relação cotidiana desse grupo então formado e qual é o
pensamento predominante que lidera a imaginação desse grupo.
A
imaginação preponderante do senso comum, de um modo geral, também o serve de
crença. Essa crença, por sua vez, não há, na maioria das vezes, uma reflexão
crítica sobre determinada ideia. Ao conhecimento se deposita um determinado valor
que o consagra, ele será emitido e aceito ou não pelo grupo, comunidade, etc.
Esse conhecimento partilhado também conduzirá aspectos subjetivos que alcançará
o comportamento desse grupo de pessoas. As análises desse arranjo e´ o que
importa ao estudos das Representações Sociais.
É uma ferramenta teórica de grande importância na atuação do psicólogo social comunitário
em suas intervenções na comunidade. Por exemplo: Analisar quais as representações sociais de determinado grupo de idosos, de uma dada região, cujo número de contaminação pela AIDS nessa faixa etária está crescente. Que pensamento predomina nesse grupo?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Moscovici. S. Representações Sociais: Investigação em Psicologia Social, Ed.
Vozes, 2005. p. 193-197.
Eis um vídeo bastante interessante e que explica bem as Representações Sociais, de Moscovici.